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Flamengo x PSG: como o rubro-negro se prepara para enfrentar time que pertence ao Qatar

Será justamente em Doha, capital do país do Oriente Médio, que o rubro negro buscará o segundo título mundial O Flamengo sabe que o desafio que terá pel...

Flamengo x PSG: como o rubro-negro se prepara para enfrentar time que pertence ao Qatar
Flamengo x PSG: como o rubro-negro se prepara para enfrentar time que pertence ao Qatar (Foto: Reprodução)

Será justamente em Doha, capital do país do Oriente Médio, que o rubro negro buscará o segundo título mundial

O Flamengo sabe que o desafio que terá pela frente na final da Copa Intercontinental vai além do que normalmente se vê em campo. O adversário leva o nome de uma cidade europeia, manda seus jogos em Paris e disputa a liga francesa, mas carrega a identidade e os interesses do Qatar.

Será justamente em Doha, capital do país do Oriente Médio, que o rubro negro buscará o segundo título mundial de sua história, diante de um projeto esportivo construído para dominar o cenário global.

A comissão técnica e o elenco do Flamengo reconhecem a força do Paris Saint Germain, atual campeão europeu e referência em investimento no futebol mundial, mas evitam transformar o contexto político e financeiro do rival em fator de pressão extra. O foco está restrito ao que acontece nas quatro linhas, mesmo com a dimensão histórica que a decisão representa para o clube em seus 130 anos de existência.

Danilo, titular na semifinal contra o Pyramids e autor de um dos gols que garantiram o Flamengo na final, foi direto ao tratar do assunto. Para ele, a origem do clube francês não interfere no que será decidido em campo.

“(Essa questão) É um dado irrelevante, no meu modo de ver. Quando se entra em campo, esse tipo de situação não é levado em consideração. Espero que os torcedores aqui presentes possam nos apoiar, fazer uma festa, para que a gente tenha uma noite bonita”, disse Danilo.

Pedro, atacante do Flamengo durante partida pelo Brasileirão Betano em 2025. (Photo by Buda Mendes/Getty Images)

Choque de modelos distintos

O confronto também coloca frente a frente dois caminhos muito diferentes até a elite do futebol mundial. O Flamengo chegou ao topo da América do Sul mantendo sua estrutura associativa, sem se transformar em SAF, apostando em gestão profissional, aumento de receitas e fortalecimento gradual do elenco.

Esse processo começou a ganhar força a partir de 2013 e foi consolidado ao longo dos anos, com crescimento esportivo e financeiro que culminou em títulos continentais e presença constante em decisões internacionais.

Já o Paris Saint Germain se tornou uma potência a partir da mudança de controle. Em 2011, o clube passou para as mãos do Qatar Sports Investments, ligado ao emir Tamim bin Hamad Al Thani. A partir daí, os aportes transformaram rapidamente o patamar da equipe, com contratações de impacto e valorização acelerada do elenco, num projeto pensado para conquistar o continente europeu e projetar o nome do país no futebol mundial.

Título mundial é o que falta para o Paris Saint-Germain

O título da Champions League, que por tanto tempo escapou, finalmente veio em 2025, coroando anos de investimentos pesados. Na sequência, o PSG ainda disputou o Mundial de Clubes da Fifa nos Estados Unidos, mas viu o Chelsea frustrar o que seria um fechamento perfeito de temporada. Desde então, a obsessão por um título mundial passou a ser ainda maior.

Em Doha, a postura do clube qatari é clara. Não há espaço para novo tropeço em uma decisão global. Luis Enrique administrou o elenco no Campeonato Francês antes da viagem, preservando jogadores e deixando evidente a prioridade absoluta dada à final contra o Flamengo. Do lado rubro negro, a percepção é a mesma. O adversário virá com força máxima e encarará o jogo como algo decisivo.

Bruno Henrique resumiu esse sentimento após a classificação diante do Pyramids. “Eles sabem que o Flamengo é muito forte. Tanto se fala que os europeus não ligam para a final do Mundial, mas ligam sim, tanto que virão com a força máxima para nos enfrentar”, disse.

No fim das contas, o Flamengo sabe que não enfrentará apenas um clube tradicional do futebol europeu, mas um projeto global que representa diretamente o Qatar.

Em campo, porém, o discurso é simples. Independentemente da origem, do investimento ou do peso político, a decisão será resolvida com bola, intensidade e capacidade de competir em alto nível. É assim que o rubro negro pretende escrever mais um capítulo histórico em Doha.