Neymar solto, perto do gol e decisivo: a virada tática do Santos que mudou tudo contra o Sport

Técnico ajusta esquema, aproxima Neymar do ataque e extrai melhor atuação do craque em 2025 Mudança simples que mudou o jogo A vitória do Santos por 3 ...

Técnico ajusta esquema, aproxima Neymar do ataque e extrai melhor atuação do craque em 2025

Mudança simples que mudou o jogo

A vitória do Santos por 3 a 0 sobre o Sport, na Vila Belmiro, passou longe de ser apenas mais um bom resultado. Ela marcou, para muitos, a melhor atuação de Neymar nesta segunda passagem pelo clube, agora mais confortável e decisivo em campo. Mesmo atuando “no sacrifício”, por conta de um problema no menisco do joelho esquerdo, o camisa 10 foi protagonista. A principal razão esteve na alteração tática promovida por Juan Pablo Vojvoda.

O treinador abandonou a ideia de Neymar como falso 9 e devolveu o craque à função de meia-atacante, mais próxima do gol e longe das zonas de maior desgaste físico. O Santos entrou em campo estruturado em um 4-2-3-1 bem definido. Neymar atuou centralizado, atrás de Tiquinho Soares, com liberdade para circular entre as linhas da defesa e do meio-campo adversário.

Willian Arão e João Schmidt formaram a dupla de volantes, responsáveis pela saída de bola e proteção defensiva. Guilherme e Barreal jogaram abertos, garantindo amplitude e equilíbrio tático. Esse modelo reduziu drasticamente a necessidade de Neymar recuar para buscar jogo, algo que vinha acontecendo com frequência nas partidas anteriores.

Por que o falso 9 não funcionava

Nos jogos recentes, Neymar vinha sendo utilizado como falso 9 em um 4-3-3 que, sem a bola, chegava a virar um 5-4-1. Isso o obrigava a sair demais da área para participar da construção. Como consequência, o camisa 10 recebia a bola longe do gol, cercado por marcadores e em zonas de risco. O resultado eram mais perdas de posse e menos presença ofensiva.

A mudança de Vojvoda atacou exatamente esse problema: proteger Neymar do desgaste desnecessário e colocá-lo onde ele faz a diferença. Com Arão e Schmidt assumindo a responsabilidade da construção, Neymar ficou livre para pensar jogo no último terço do campo. O impacto foi imediato.

Mais próximo de Tiquinho Soares, o craque finalizou mais, errou menos passes e passou a criar jogadas em vantagem numérica. A conexão com Guilherme pelo lado esquerdo foi um dos pontos altos. O resultado foi uma atuação completa: um gol, uma assistência em cobrança de escanteio e o prêmio de melhor jogador da partida.

A leitura de Vojvoda

Após a partida, Vojvoda explicou de forma clara a lógica por trás da mudança, reforçando o desejo por equilíbrio e presença ofensiva.“Consideramos que era uma partida para jogar com um camisa 9 de referência. Precisávamos ter bola na área, e o Tiquinho oferece isso. Queríamos o Neymar por perto, com dois volantes garantindo equilíbrio”, afirmou.

O treinador também destacou o papel tático dos pontas, fundamentais para sustentar o sistema sem expor o time defensivamente. Com o bom desempenho, o grande desafio agora será manter o nível ofensivo fora de casa. O Santos encara o Juventude, no Alfredo Jaconi, em um jogo que promete ser mais físico. Tiquinho Soares é dúvida após deixar o campo com desconforto no joelho esquerdo, o que pode forçar Vojvoda a buscar novas alternativas. Ainda assim, o recado ficou claro: quando Neymar está mais perto do gol, o Santos cresce.

Nesta segunda passagem pelo clube, Neymar soma sete gols e quatro assistências em 26 jogos, sendo 21 como titular. Os melhores números, no entanto, aparecem quando ele atua como meia-atacante. A atuação contra o Sport pode marcar um ponto de virada na temporada. Mais do que um esquema, o Santos encontrou uma forma de potencializar seu maior talento.