Queda de rendimento e teimosia são motivos pelos quais palmeirenses vem criticando Abel antes de Palmeiras x Flamengo na Libertadores
Embora não viva grande fase, Abel já venceu duas Libertadores e espera voltar com o troféu de campeão do torneio continental pela 3ª vez Abel em crise co...
Embora não viva grande fase, Abel já venceu duas Libertadores e espera voltar com o troféu de campeão do torneio continental pela 3ª vez
Abel em crise com a torcida do Palmeiras
A relação entre Abel Ferreira e a torcida do Palmeiras vive um paradoxo raro no futebol brasileiro: mesmo sendo o técnico mais vitorioso da história recente do clube, ele segue sendo alvo frequente de críticas e impaciência. Desde que chegou ao Verdão, Abel mudou o patamar da equipe, protagonizando campanhas sólidas no Brasil e na América do Sul. Ainda assim, a cobrança por desempenho “perfeito” virou rotina, como se todos os títulos conquistados tivessem se tornado obrigatórios a cada temporada.
O Alviverde chega à final da Libertadores diante do Flamengo, em Lima, com Abel Ferreira podendo alcançar uma marca histórica: seguir 100% em decisões do torneio continental. Em cinco anos de comando, seriam três finais e, possivelmente, três taças — um feito monumental, digno dos maiores treinadores da história da competição. Mesmo assim, parte da torcida insiste em mirar falhas pontuais, escalações ou desempenhos específicos, ignorando a grandeza do conjunto da obra.
A falta de paciência com o treinador cresce especialmente em momentos de oscilação, como se o Palmeiras estivesse imune às dificuldades naturais de uma temporada longa. O torcedor, acostumado ao padrão de vitórias e decisões, acaba elevando o nível de exigência a um ponto quase impossível de sustentar. A consequência é uma pressão desproporcional, que muitas vezes ignora que Abel trabalhou com diferentes elencos e ainda mantém o time entre os mais competitivos do continente.
Teimosia, temperamento explosivo são motivos que fazem torcida do Palmeiras perder a paciência com Abel Ferreira
Outro ponto que alimenta a crítica é o estilo direto e por vezes explosivo do treinador português. Abel não mede palavras, responde o que pensa e não tem receio de contrariar opiniões externas. Para parte da torcida, isso se traduz em antipatia; para outra, em autenticidade. Mas é inegável que o comportamento fora das quatro linhas também influencia a forma como seu trabalho é percebido.
Abel Ferreira no desembarque do Verdão em LimaMesmo diante disso, os números são incontestáveis. São títulos nacionais e internacionais, regularidade em mata-mata, evolução tática constante e um Palmeiras que está sempre entre os protagonistas das grandes competições. Em um país onde a rotatividade de técnicos é enorme, a excelência e a longevidade de Abel deveriam ser vistas como patrimônio do clube.
Abel nunca perdeu uma final de Libertadores pelo Palmeiras
O curioso é que, quanto mais o time conquista, mais a régua de exigência sobe. A torcida passa a cobrar um futebol perfeito, performances dominantes em todos os jogos e resultados imediatos — algo que nenhum clube do mundo consegue entregar de maneira contínua. A memória recente de uma era de sucesso acaba transformando qualquer tropeço em motivo para críticas exageradas.
Se vencer novamente o Flamengo, Abel Ferreira não apenas reforçará seu legado no Palmeiras, mas também colocará seu nome entre os maiores técnicos da história da América do Sul. Talvez, com mais uma taça da Libertadores nas mãos, parte da torcida finalmente perceba o quanto é privilegiada por viver esse ciclo. Até lá, o português seguirá convivendo com um nível de cobrança proporcional — ou até maior — que o tamanho dos seus feitos.